"Não faço nada em vão, faço porque gosto, porque amo estar no palco, é o momento que sou mais feliz". (Duda Rodrigues)
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Crédito: Driele Mutti
Ele já passou por diversas bandas, dos mais variados estilos, já viajou bastante levando a sua música e participou de diversos festivais musicais; morou por cinco anos na capital baiana, onde fez diversas apresentações em barzinhos, eventos particulares e TV. O cantor pauloafonsino Duda Rodrigues está prestes a completar 17 anos vivendo profissionalmente da música. Não é qualquer um que consegue o feito de permanecer por tanto tempo no mercado musical, hoje bastante exigente e disputado. Além de muito talento, é preciso também um pacote de determinação e sempre acreditar que um sonho sempre é possível através de grandes esforços e humildade. Duda Rodrigues bateu um papo com o site ozildoalves, onde fala dessa sua caminhada, como anda a sua carreira hoje e quais são seus anseios. Acompanhe.
Duda Rodrigues e Paulo Afonso
Hoje o cantor se diz muito feliz no que faz e por tudo que já conquistou até agora. Duda ainda carrega as suas origens, sabe como começou e de onde veio, e segundo ele, hoje tem bastante respeito do público e principalmente dos colegas de profissão. “Eles me falam sempre que curtem meu trabalho, que tem orgulho de tocar comigo, isso é muito bom, mostra que você está no caminho certo”. Questionado se acha que tem recebido espaço e prestígio suficiente para o seu talento em Paulo Afonso, Duda é positivo.
“Paulo Afonso é uma cidade pequena, onde não temos tantos lugares para se apresentar, mas mesmo assim na medida do possível vamos trilhando nossos caminhos. A escolha também vem do artista, se quer seguir um caminho mais fácil - me refiro aqui ao tipo de trabalho - ou um caminho mais árduo, mas que te deixe com mais prazer em fazê-lo. Sou uma pessoa muito exigente, até comigo mesmo, talvez até seja por isso que as pessoas me enxerguem dessa forma. Como disse, passei por diversas bandas de diversos estilos, foi importante que isso acontecesse para que eu fizesse a minha escolha. Como quero seguir? Que estilo musical quero fazer?... Já trabalhei com música de massa, foi muito bom a época... Hoje escolhi fazer algo mais intimista, porém muito valorizado também, talvez pela minha exigência”.
Músicas para um público pequeno não é uma preocupação, foi uma escolha
Duda tem consciência de que faz música para um público “restrito”. E isso não lhe assusta, até porque foi uma escolha feita por ele. “Hoje faço as coisas com mais calma, sem tantas pretensões, a coisa acontecerá se tiver de acontecer”, diz ele, que segue com a vontade de fazer um show apenas com canções inéditas. Ainda segundo o cantor, a música hoje não é igual a quando começou, “as coisas mudaram bastante, as gerações também, isso é natural e temos que acompanhar essa mudança”. Duda agora tem contato com um aliado muito grande que não tinha na época que começou, que é a internet, que tem ajuda muito a divulgar o seu trabalho através das redes sociais, por exemplo. “Hoje em dia a gente não ganha dinheiro com venda de CD, ele apenas serve como carta de apresentação”.
Apesar das escolhas, a música nunca deixou de ser prioridade em sua vida
Formado em Letras, Duda concilia há alguns anos os seus show com a sua colaboração no “Artes em Cena”, projeto apoiado pela prefeitura da cidade, onde é viabilizada oficinas gratuitas de canto, dança, teatro, artes plásticas, música e teatro à população. “A música não deixou de ser prioridade em minha vida, porém, viver apenas dela te leva às vezes pra um caminho não tão prazeroso e sim um caminho de obrigação, coisa que não gosto. Prefiro tocar em lugares que eu me sinta bem, com um público que me complete. Me refiro a você fazer o que ta afim de fazer. Costumo dizer que o artista não pode ser refém do público, no sentido de só tocar o que o povo quer. É muito bom tocar o que o povo quer, porém tem quer haver limites, se não se torna mecânico, sem prazer e não quero isso pra mim”, confessa o artista, que tem ido ainda eventualmente se apresentar em Aracaju (SE), onde tem alguns conhecidos.
Ainda dá pra pensar numa carreira musical fora de Paulo Afonso?
“Antigamente eu cantava o ano todo. Fazia carnaval, São João, Copa Vela, Natal, réveillon... Não tinha vida social, só vivia para o trabalho. Hoje não está mais assim, escolho os lugares que quero tocar e a época que quero tocar... Não porque eu não precise, porque eu preciso, sim, e muito, mas eu no momento atual prefiro deixar como está. Claro que se eu receber uma boa proposta de alguma banda ou para algum show, não irei recusar”.
E um dos últimos show de Duda do Rodrigues em Paulo Afonso foi no projeto “Quinta na Praça”, da TV São Francisco. Segundo ele, uma ótima ideia devido a visibilidade que dá ao artista por conta da TV. “Na época mesmo uma pessoa da cidade de Senhor do Bonfim que me adicionou no Facebook disse que tinha me visto na TV, isso é bom, não deixa de ser uma vitrine para o artista. Voltando a questão do show, é uma oportunidade de mostrarmos um show especial, já que temos poucas oportunidades para isso. Quando você faz barzinho, ou festa particular, você acaba não mostrando o que você realmente quer mostrar. O projeto lhe dar essa oportunidade”, disse o cantor, que também aproveitou para comentar as críticas que ele e outros artistas que participaram do projeto, receberam por parte de alguns expectadores, por toparem fazer da programação do “Quinta na Praça” sem receber cachê nenhum da organização.
“Quanto a questão do cachê, se eu escolhi estar lá me apresentando é porque de alguma forma isso seja interessante para mim, para os músicos. Claro que se fosse recebendo, seria bem melhor, até porque por trás daquele show que você assistiu, tem todo um investimento, de ensaios com aluguel de estúdio, gasolina, telefone, roupa, etc. Fica até uma dica para os organizadores de dar uma ajuda de custo para os músicos na próxima temporada”.
Duda Rodrigues encerrou a entrevista comentando como tem visto a movimentação artística em Paulo Afonso. Ela existe? Tem Crescido? É diferente de anos atrás?
“A cidade é muito rica de grandes e ótimos artistas, isso em todas as áreas. Viver de arte no Brasil é muito difícil, imagine numa cidade do interior, mas a gente vai tirando de letra. Percebo que existem alguns profissionais que se submetem a qualquer coisa, a tocar por qualquer preço, a cantar em qualquer som... Isso comigo não rola, porque não rola? Por que quero mais e não apenas ficar tocando em festinhas apenas para sobreviver. Às vezes sinto falta de profissionalismo de algumas pessoas, porém não tenho nada a ver com a vida dos outros, faço meu trabalho e penso de uma forma... Talvez por parte dos cantores que é a minha área, eu creio que não. Mas no sentido de sentarmos, debatermos o que estamos necessitando, falarmos sobre valores de cachês - que por sinal está super defasado há muito anos -, mas é como falei anteriormente, tem pessoas que se submetem a qualquer coisa. Com certeza serei crucificado por falar isso aqui”.
- Fonte: www.ozildoalves.com.br
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